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O Mal Mora Onde Há Vontade

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Há frases que resistem ao tempo, não pela repetição, mas apesar dela. “Conhece-te a ti mesmo” é uma dessas. Tão martelada quanto desprezada.  Conhecer-se não é saber o que se gosta, mas perceber o que se teme, sobretudo, aquilo que se teme saber. É rastrear o padrão dos próprios fracassos, desenterrar o motivo oculto no instante exato em que ele se disfarça de escolha racional. Quem se conhece de fato sente um tipo de vergonha que o mundo não ensina a reconhecer: a vergonha não da exposição, mas da lucidez. O homem, quando enfim se enxerga, descobre o que preferia jamais ter visto: o mal não está “lá fora”, nas sombras que projetamos nos outros. O mal mora onde há vontade. A sua. A minha. É a possibilidade sempre acessível de trair, mentir, corromper, negar a verdade, e fingir que tudo isso é normal porque “todo mundo faz”. O processo do autoconhecimento genuíno não é uma prática de bem-estar, mas um embate metafísico. É a remoção cirúrgica das camadas de mentira que você mesmo cul...