O Novo Bezerro de Ouro Usa Terno e Gravata

Há uma verdade que só os tolos recusam: toda autoridade que não se curva diante da transcendência termina exigindo adoração para si. O processo não é novo, apenas ganhou novos disfarces. Onde outrora se viam altares e sacrifícios, hoje se ergue o burocrata, o perito, o juiz togado, o algoritmo. A idolatria permanece, apenas trocou de vestimenta. A religião, ao contrário do que pensam os sociopatas de gabinete, nunca foi um delírio coletivo para amaciar as dores do mundo. Ela é, antes, a afirmação radical de um limite ontológico: existe algo — Alguém — superior ao poder humano. E é precisamente essa afirmação que o totalitarismo moderno não pode tolerar. Não se trata de conflito entre fé e razão, tolice iluminista, mas de um embate profundo entre o reconhecimento da transcendência e o impulso pelo controle absoluto. O problema não é Deus, mas o fato de que, com Ele, toda autoridade humana se torna relativa, pois está submetida a um juízo superior. Para o revolucionário, isto é int...